quinta-feira, 28 de abril de 2016

PENSANDO AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS A PARTIR DOS CONCEITOS DE CULTURA E DIVERSIDADE

Esta postagem tem como pano de fundo contribuir com a reflexão da importância das relações étnico-raciais a cerca da cultura e diversidade, na tentativa de despertar a atenção da sociedade e mostrar que estes dois elementos fazem parte do universo do que entendemos por cultura popular. Para tal, extraiu-se algumas informações da obra "Relações étnico-raciais: um percurso para educadores", organizada por Silvério, Mattioli & Madeira.


E aquilo que nesse momento se revelará aos povos Surpreenderá a todos, não por ser exótico
 Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio.
(CAETANO VELOSO)
 

Como é possível que após tantos anos de convivência em uma sociedade marcada pelas diferenças culturais, como a brasileira, um índio, um quilombola sejam ainda tratados com desconhecimento? Será que, de alguma forma, não afastamos de nós aqueles que consideramos diferentes e os tornamos exóticos? Esses questionamentos nos levam a pensar que, antes de discutirmos simplesmente a inclusão do tema da diversidade nos currículos escolares, temos que refletir sobre a nossa própria postura e relação às diferenças sociais e culturais.

A nossa formação escolar, na maioria das vezes, não problematizou a questão da diferença cultural nas relações sociais. Fomos formados para aceitar que o modelo hegemônico (o europeu) é o mais correto, o mais evoluído, aquele que devemos alcançar, o que por diversas vezes nos distanciou daqueles que são diferentes desse modelo. No nosso caso, os negros, indígenas e homossexuais foram os que mais sofreram os resultados desse processo. Foram ao mesmo tempo excluídos da condição de ter a valorização de sua identidade e vítimas de discriminação racial em função de sua cor e/ou de sua etnia, ou ainda estigmatizados por se afastarem do modelo de comportamento considerado correto.

Propomos, portanto, discutir a leitura que fazemos sobre a diversidade e as diferenças. Embora o campo teórico que discute a alteridade seja vasto, este é um ponto de partida para a compreensão das relações sociais, problematizando as diferenças. Acreditamos ser no campo do questionamento e da reflexão que poderemos avançar no respeito ao outro e no reconhecimento da diferença, e acreditamos ainda que a sala de aula é o ponto no qual essa reflexão deve culminar. Portanto, esperamos que esse debate possibilite a todos/as que fazem parte do contexto escolar novas interpretações para os conteúdos e para as relações cotidianas.


Enfim, considerando o que foi posto acima, devemos estender essa reflexão não somente no contexto escolar, mas também dentro do espaço acadêmico no que tange ao corpo docente, discente e aos técnicos administrativos. Revendo, assim, a nossa visão diante desta realidade.

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